27 jan Por que o DESPERTAR da Consciência já não é o bastante?
Universidade do Ser, escrito por Elza Nunnes.
Gostaria de refletir sobre um termo que, na minha percepção, está ficando gasto e vazio de sentido: o “Despertar da Consciência”. Quem está trilhando os caminhos do autoconhecimento escuta sobre isso com muita frequência, não é?
Te explicarei a maneira como eu percebo esse despertar, e também gostaria muito de ouvir o que você pensa sobre isso. Vamos conversar?
Bem, para tentar ilustrar, vou usar uma metáfora:
Imagine um prédio de cinco andares de frente para o mar.
Imaginou?
Agora, imagine que tem um caminhão baú, desses grandes, estacionados bem na frente desse prédio, tapando toda a vista de quem está na janela do primeiro andar. Ou seja, quem está nessa posição, não consegue ter a bela vista para o mar e só enxerga o caminhão à frente.
Pois bem, se pedíssemos para que os moradores do prédio descrevessem a sensação e a vista que têm do mar, nesse exato momento, com esse exato cenário, o que cada um diria? Vamos as suposições:
“Vejo apenas o baú de um caminhão, não sei se o mar está bonito. Sei que existe o mar, mas o caminhão atrapalha tudo!”, diria a pessoa do primeiro andar.
“Vejo a pontinha do mar azul, entre o caminhão e as árvores, me parece que a praia está vazia e o mar tranquilo”, diria a pessoa do segundo andar.
“Vejo a praia tranquila, poucas pessoas andando com os pés na areia e crianças brincando na beira da água. Eu gosto muito de ver o mar da minha janela”, diria a pessoa do terceiro andar.
“Que dia lindo! Olha como o mar é infinito e belo! Eu adoro acordar e ir para a janela do meu apartamento. Essa vista é um presente e me faz agradecer por ter conseguido conquistar esse lugar”, diria a pessoa lá do quinto andar.
Eu criei todas essas possibilidades, mas, certamente, podemos concordar que a descrição e experiência de quem está no térreo seria bem diferente à dos outros andares, principalmente os mais altos, não é?
O fato é que os moradores estão situados no mesmo prédio, mas a percepção de cada um muda de acordo com suas experiências e andar mais alto. É exatamente assim que entendo o “Despertar da Consciência”.
Todos temos contato com a consciência, mas, o desenvolvimento dela dependerá do trabalho de cada um, das experiências vividas, dos fatores que atrapalham ou favorecem, tanto internos quanto externos. A nossa percepção de consciência muda – e muito! – conforme vamos subindo os andares, nesse caso, conforme vamos trabalhando e ampliando essa percepção.
Faz sentido por aí?
E por que eu comecei essa reflexão dizendo que só o “Despertar” não é o bastante? Porque, por não termos conhecimento e nem lucidez sobre o quão alto pode ser esse “prédio”, podemos ficar presos ao primeiro andar deixando de enxergar que há outras tantas possibilidades para expandirmos a nossa visão!
Podemos, por exemplo, nos mover para fora do prédio, para além da janela, buscar outros ângulos no mesmo andar, entender que o caminhão não é fixo, não nos deixar abalar por uma situação pontual, planejar e mudar de andar para se ter mais qualidade… Percebe o tanto de pegadinhas por aqui?
Se ficamos satisfeitos com o primeiro andar, com a ideia de que apenas o “despertar” é suficiente, acabamos nos aprisionando numa “paisagem”, sem descobrir NOVAS PERCEPÇÕES, NOVOS OLHARES, NOVAS POSSIBILIDADES.
O ponto exato que eu quero te dizer é: o despertar é impermanente! Ele é um convite para que se mantenha o movimento de descoberta, de questionamento, de congelar e descongelar…
Então, quando falo sobre “desenvolvimento da consciência”, na verdade, me refiro a abrir espaço e criar flexibilidade mental para que seja possível acessar mais e mais dessa Consciência que já está disponível, só que obstruída por alguns “caminhões” que vamos estacionando ao longo do caminho.
Eu não poderia chegar a esse ponto e deixar de te perguntar: você já tem algum espaço onde possa exercitar essa abertura e flexibilidade mental para aprender a ver a vida por outras janelas?
Estamos aqui! A Universidade do Ser tem a proposta de trabalhar o desenvolvimento da consciência e criamos algumas trilhas para te apoiar ao longo desse processo! O atendimento com o Maha Lilah é uma dessas trilhas, e há outras através dos nos nossos cursos, grupos e imersões, e estamos criando outros espaços para trocas que virão no decorrer dessa jornada. Vamos juntos?
Do meu lugar, honro e saúdo o lugar que você está!
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