A Terapia dos Sistemas Familiares Internos e os Relacionamentos

Universidade do Ser, escrito pelo Prof. PhD Marcelo L. Pelizzoli (UFPE). ¹

A abordagem terapêutica Internal Family Systems (IFS), desenvolvida pelo psiquiatra Richard Schwartz, é uma ferramenta poderosa para melhorar relacionamentos, pois ajuda a compreender e harmonizar as “partes” internas que compõem nossa psique. Ao trabalhar com essas partes, é possível cultivar autoconhecimento, empatia e comunicação mais saudável. Aqui estão os principais benefícios do IFS para relacionamentos:

 

1. Autoconhecimento e Redução da Reatividade

 

– A IFS ensina que todos temos “partes” internas (como o “crítico interno”, o “cuidador” ou o “ferido”) que influenciam nossas emoções e comportamentos. Identificar essas partes permite entender por que reagimos de certas formas em conflitos.  

– Impacto nos relacionamentos: Ao reconhecer, por exemplo, que uma reação defensiva em uma discussão vem de uma parte “protetora” que teme ser rejeitada, é possível responder de forma mais consciente, evitando explosões emocionais.  

 

2. Cura de Feridas Passadas

 

– Partes “Exiladas”: A IFS foca em partes traumatizadas (chamadas de “exiladas”) que carregam dores antigas, como rejeição ou abandono. Quando não curadas, essas feridas são em geral projetadas no parceiro(a).  

– Exemplo: Alguém que foi traído no passado pode ter uma parte hipervigilante que desconfia sem motivo. Trabalhar com essa parte reduz a desconfiança injusta no relacionamento atual.

 

3. Comunicação Empática

 

– O “Self” como Líder: O IFS valoriza o Self — nosso núcleo calmo, compassivo e curioso. Quando acessamos o Self, conseguimos ouvir o parceiro sem julgamento, mesmo em momentos tensos.  

– Na prática, em vez de culpar o outro por um conflito (“Você nunca me escuta!”), você é incentivado à autoobservação: “Qual parte minha está se sentindo ignorada? O que ela precisa?”. Isso abre espaço para diálogos mais colaborativos.  

 

4. Menos Projeção e Mais Responsabilidade

 

– Evitando a Culpa: Quando entendemos que nossas reações vêm de partes internas, paramos de projetar toda a responsabilidade no parceiro.  

 

– Exemplo: Se você se sente abandonado quando seu parceiro está ocupado, em vez de acusá-lo, pode explorar: “Qual parte minha teme o abandono? Como posso acolhê-la?”. Isso reduz conflitos e promove soluções conjuntas. 

 

5. Conexão com as Necessidades do Parceiro

 

– Empatia Radical: Ao praticar a curiosidade sobre as próprias partes, desenvolvemos habilidade para perguntar ao parceiro: “Qual parte sua está falando agora?”. Isso cria um espaço seguro para que ambos expressem vulnerabilidades sem medo.  

-Caso Prático: Se o parceiro está irritado, em vez de levar para o pessoal, você pode perguntar: “Parece que uma parte sua está frustrada. Quer falar sobre isso?”. 

 

6. Resolução de Conflitos Internos que Afetam o Relacionamento

 

– Partes em Conflito: Muitos problemas em relacionamentos surgem quando partes internas entram em choque (ex.: uma parte quer intimidade, outra teme dependência).  

– A Solução passa por ajudar a integrar essas partes, permitindo escolhas alinhadas com o Self. Por exemplo, alguém pode equilibrar a necessidade de autonomia e conexão sem sabotar o relacionamento. 

 

7. Autenticidade e Vulnerabilidade

 

– Relacionamentos Autênticos: Ao curar partes feridas e reduzir a influência de “protetores” rígidos (como o perfeccionismo ou a necessidade de controle), as pessoas se tornam mais capazes de mostrar vulnerabilidade — ingrediente essencial para intimidade.  

Por fim, a IFS melhora bastante a relação consigo mesmo, e a partir disso, transforma a maneira como nos relacionamos com os outros. Ao substituir padrões reativos por compaixão e curiosidade, criamos relacionamentos mais profundos, resilientes e satisfatórios.

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